segunda-feira, 15 de março de 2010

O dia em que te esqueci


“É a última vez que choro por ti, pensei eu nessa tarde cheia de sol enquanto conduzia lentamente pela estrada da Marginal no regresso a casa, reflectindo sobre a ironia da vida. Não foi assim, porque depois disso, quando deixei que voltasses a invadir o meu coração, chorei não por ti, mas por mim e por ter sido tão estúpida. É que eu tive um sonho e tu roubaste-mo. Mas isso é uma outra história.
Tu foste a minha grande aposta e a minha maior decepção. Mas ainda te amava profundamente. Quando a tua mãe me aconselhou a desistir de ti, só me quis ajudar. Sei que ficará sempre contente quando, ao ler este livro, souber que me ajudou mesmo, embora o seu conselho generoso e sábio tenha demorado mais de um ano a ser ouvido. Antes disso, foi preciso cair e levantar-me ainda mais algumas vezes até chegar onde me encontro agora, um território de paz e de tranquilidade jamais alcançado e do qual espero não voltar a sair.
Lembro-me que no final desse verão virei mais uma página na minha vida. Acordava desfeita, respirava fundo, olhava o mar, que me acenava, imenso e perfeito da janela, e pensava: tenho que mudar, tenho de aprender com isto, a vida é mais do que sofrimento, angústia, espera e vazio, tenho que aprender a viver outra vez, de uma maneira diferente, que não me faça sofrer tanto. E fui aprendendo, muito devagar, a cada dia que passava, da mesma forma que vou aprendendo ainda hoje.”
(...)
“Agora vivo diariamente momentos de enorme felicidade e de profundo entendimento com tudo o que me rodeia porque sei que estou a viver uma segunda oportunidade. Talvez por isso tenha sido mais fácil aceitar que não havia outra solução senão esquecer-te.
Há mais no mundo para ver e para amar.”


Margarida Rebelo Pinto em O dia em que te esqueci

quinta-feira, 11 de março de 2010

Lovefull

" Estes violentos enlevos têm violentos fins.
E no seu triunfo se extinguem.
Como o fogo e a pólvora
Que num beijo se consomem. "



Romeu & Julieta, acto II, cena VI