domingo, 13 de janeiro de 2013

coisas do coração




"Naquele início com que nos demos a conhecer, nunca pensei que conseguisses passar de mais um rosto entre tantos que já amontoei na areia. Mais um daqueles que vão e nunca mais voltam. Não te queria na fictícia colecção de conquistas, muito menos na lista dos corações partidos. Pensei tirar proveito. Pensei que pudesse contigo, tentar o que há muito me ia na alma de fazer. Ser o que não sou. Mas errei. Erro sempre. Deixei-me ir na onda. E agora vou tarde. Vou, porque já te descobri por dentro. Já me iluminas os dias como nunca ninguém fizera outrora. Já me fascinas com o teu íntimo. Conheci alguém que não pensei que no mundo, e muito menos em ti, pudesse existir. E aqui estou eu agora, deitada na areia de uma praia deserta onde ninguém virá ao meu encontro. E sabes porquê? Porque remas contra a minha maré, e eu sei-o tão bem. E o erro, como digo, é acreditar que deixes o coração ser o que é."

sábado, 12 de janeiro de 2013

dear *,

"Houve um tempo em que eu achava saber a resposta: significa que eu iria pensar em Savannah mais do que em mim mesmo, e passaríamos o resto das nossas vidas juntos. Não seria difícil. Ela disse-me certa vez que a chave para a felicidade é ter sonhos realizáveis, e os dela não eram nada fora do comum. Casamento, família... o básico. Isso significa que eu teria um emprego estável, uma casa com cerca branca e uma minivan ou SUV grande o suficiente para levar nossos filhos à escola, ao dentista, ao treino de futebol ou aos recitais de piano. Dois ou três filhos ? ela nunca foi clara a respeito, mas meu palpite é que quando chegasse a hora, ela deixaria a natureza seguir seu curso e Deus tomar a decisão. Ela era assim ? Religiosa, quero dizer ? E suponho que esse tenha sido um dos motivos pelos quais me apaixonei por ela. Independentemente do que acontecesse nas nossas vidas, eu imaginava-me ao fim do dia deitado na cama ao lado dela, nós dois abraçados enquanto conversávamos e ríamos, perdidos nos braços um do outro. "
Nicholas Sparks em Querido John



Os caminhos que nos conduzem ao amor nem sempre são os mais fáceis, nem os mais certos. Dou por mim a procurá-lo em todos os lugares errados, e todos os dias há um pedaço de mim que chora. Não sei se algum dia o irei abraçar, em toda a sua plenitude e verdade, mas acredito que ele existe porque tenho que acreditar. E a esperança, essa, dorme comigo todas as noites, na minha mesa de cabeceira e torna o meu mundo um pouco mais fácil. E hoje eu sei, que mesmo que ele me escape entre os dedos, a procura e a inquietação valeram a pena, mantiveram-me viva quando eu mais precisei.